domingo, 17 de maio de 2009

TRAMAS*

Hoje eu me atrevo a ser
sílaba forte...
Uma tônica com gim.
Hiatos em desencontros
vocálicos em mim.

Quero os meu sons orais,
ensaiar dias a mais...
Tramar diabólicos risos
com as rimas originais.

Hoje eu devo beijar os pés
desse revés que se
reveza em não e sim:
Um espião invadindo
o meu jardim.

Hoje eu quero um chão de anis,
desenhar a giz as tuas iniciais...
Apagar depois essas memórias sem finais.

LuciAne

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SILÊNCIOS E SENTINELAS*( musicado por Marco Araujo)

O silêncio anda surdo e mudo,
muda as minhas coisas de lugar.
Cego, tateia meus anseios.
Lúdico, se esconde em meu olhar.

O silêncio anda todo inteiro,
alerta as minhas coisas pelo ar.
Cínico, corteja-me primeiro.
Cíclico, volta a me encontrar.
O silêncio anda quase líquido,
escorre a minha face pelo mar.

Santo, navega-me mosteiro.
Louco, acende velas em meu altar.
O silêncio anda paradeiro.
Revela sentinelas em pousar.

O silêncio é meu escudeiro:
Templo que me encontra em me encantar...

LuciAne



BORDAS DE SAL* (musicado por Marco Araujo)



Hoje o copo transborda

e a borda é de sal.

Salta um ar pela boca

trinca o som em cristal.



E o corpo recorda

essas bolhas perdidas.

Esse olhar de paragem

nas retinas contidas.



E o tempo declama:

depois demora,

logo sossega,

depois derrama.



É que a mão segura mais

porque transpira.

E o tempo é bolha..

E o vento é folha...

E o amor é mirra...


LuciAne

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