Cheguei depois da alforria
Vi os traços no teu corpo
Vi a sede dos teus olhos
Eu cheguei antes da vontade
Vi os sonhos desenhados
Vi o inteiro e as metades
Vi os palhaços e malabares
Eu cheguei depois da estréia
Nem alcatéia nem ladrões
Nem princesas nem leões
eu vi a cor dos teus alardes
Eu cheguei antes das prisões
Eu vi a dor da madrugada
Eu fui a cor da revoada
nos tapetes coloridos
Eu sei a força das tuas pernas
Eu sei que alguém olha por nós
Eu vi sinais nos meus lençóis
Que as dobraduras me ensinaram
Eu sei que a fé anda comigo
eu sei que a cena não termina
antes que as mãos saibam rezar.
by Luciane Lopes
by Luciane
quinta-feira, 21 de julho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
CHUVA DE DENTRO
Saudade de olhar esses pingos
grossos de chuva e sentir o cheiro
da terra molhada invadindo a morada.
Saudade de não dizer nada, ser apenas
aquela mulher que poucos conhecem,
pelo olhar.
Saudade de abraçar a tempestade, como
eu fazia quando menina, e achar lindo a
cor das folhas escurecerem e os troncos
adormecerem encharcados.
Saudade de me misturar nessa chuva
e escorrer pelas ruas, molhar as matas
e os rostos cansados.
Saudade de alguns dias tão presentes
Saudade desse amor maduro que escurece
em meus olhos, toda vez que chove.
Reconheço-me de um verde amanhecido
encharcado pelas águas que me colorem.
by Lu
grossos de chuva e sentir o cheiro
da terra molhada invadindo a morada.
Saudade de não dizer nada, ser apenas
aquela mulher que poucos conhecem,
pelo olhar.
Saudade de abraçar a tempestade, como
eu fazia quando menina, e achar lindo a
cor das folhas escurecerem e os troncos
adormecerem encharcados.
Saudade de me misturar nessa chuva
e escorrer pelas ruas, molhar as matas
e os rostos cansados.
Saudade de alguns dias tão presentes
Saudade desse amor maduro que escurece
em meus olhos, toda vez que chove.
Reconheço-me de um verde amanhecido
encharcado pelas águas que me colorem.
by Lu
VELHO CONHECIDO
..Não é dessa dor que eu falo
essas dores conhecidas da carne
é mais parecida com um velho conhecido:
fica, fica...se esquece de levar o agasalho.
Volta tempos depois,
nele se observa o orvalho da coragem:
Quem persiste, um dia se estranha
Tacanha vontade de entender!
Não é dor de passar com o sono,
nem tão alienada, que dela se tenha
medo: é dor esperta que sabe aonde
ferroa...doa a quem doer.
Parece fome, parece náusea
Depois não se parece com
mais nada...é só espuma...
Uma noite assim, carece de amanhecer
sem se lembrar da própria dor.
Acordar sorrindo e dizer:
-Bom dia!
by Lu
(noite insone...)
essas dores conhecidas da carne
é mais parecida com um velho conhecido:
fica, fica...se esquece de levar o agasalho.
Volta tempos depois,
nele se observa o orvalho da coragem:
Quem persiste, um dia se estranha
Tacanha vontade de entender!
Não é dor de passar com o sono,
nem tão alienada, que dela se tenha
medo: é dor esperta que sabe aonde
ferroa...doa a quem doer.
Parece fome, parece náusea
Depois não se parece com
mais nada...é só espuma...
Uma noite assim, carece de amanhecer
sem se lembrar da própria dor.
Acordar sorrindo e dizer:
-Bom dia!
by Lu
(noite insone...)
domingo, 28 de fevereiro de 2010
BASTIDORES*
Será que o filme termina
Será que os dois são artistas
Será que as luzes acesas
Misturam as cenas da vida?
Será que o palco é de asfalto
Será que os dois são de aço
Será que esse sol de cobalto
Em chamas abre as cortinas?
Será que a trama anuncia
Será que a fama agoniza
Será que a cama é cenário
Rendendo dois protagonistas...
by Lu
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Fio de PENSAMENTO
Pensei na chuva:
choveu.
Pensei no mar:
Morfeu
Pensei na cor:
Coralina
Pensei que fosse:
mais menina
Pensei no doce:
escorreu
Pensei na dor:
ardeu
Pensei no teu
e na minha
Pensei na teia
e na sina
Pensei no céu:
perto, lua e papel
Pensei nos teus:
acordados
Pensei nos meus:
mais dourados
Pensei demais:
defendeu.
Pensei e agora
o que faço?
Fazer do quente:
o abraço
Dizer do frio...
sem você.
by Lu
Pensei na chuva:
choveu.
Pensei no mar:
Morfeu
Pensei na cor:
Coralina
Pensei que fosse:
mais menina
Pensei no doce:
escorreu
Pensei na dor:
ardeu
Pensei no teu
e na minha
Pensei na teia
e na sina
Pensei no céu:
perto, lua e papel
Pensei nos teus:
acordados
Pensei nos meus:
mais dourados
Pensei demais:
defendeu.
Pensei e agora
o que faço?
Fazer do quente:
o abraço
Dizer do frio...
sem você.
by Lu
sábado, 13 de fevereiro de 2010
ENUNCIADO*
Vou ficar
até que a palavra tome rumo,
até que o corpo tome prumo:
de presença.
Vou ficar
até que a palavra perca o gosto
e a canção seja charque e me encharquede sol:
carnes em claves
Vou ficar até que o dia me chame com charme,
me acorde com beijos de sul e ventos de norte...
Eu acho que é sorte! [
Vou ficar
até que a língua saiba de tudo,
e o meu corpo tão mudo: enudeça tua voz.
Vou ficar...Vou ficar... em nós.
by Lu
até que a palavra tome rumo,
até que o corpo tome prumo:
de presença.
Vou ficar
até que a palavra perca o gosto
e a canção seja charque e me encharquede sol:
carnes em claves
Vou ficar até que o dia me chame com charme,
me acorde com beijos de sul e ventos de norte...
Eu acho que é sorte! [
Vou ficar
até que a língua saiba de tudo,
e o meu corpo tão mudo: enudeça tua voz.
Vou ficar...Vou ficar... em nós.
by Lu
sábado, 13 de junho de 2009
ÁGUAS INSANAS*
Água morna em pele crua:
quarto, cozinha, tortura...
Nós dois nas ruas,
nas horas frias banhando luas...
Quentes, grávidas, puras.
Água corrente, água serpente
de algemas duras...
Água fêmea de olhar semblante,
quase um desplante tomar-te pura.
Que venha o vinho,
que venha a vez:
Valei-me plenade insansatez.
quarto, cozinha, tortura...
Nós dois nas ruas,
nas horas frias banhando luas...
Quentes, grávidas, puras.
Água corrente, água serpente
de algemas duras...
Água fêmea de olhar semblante,
quase um desplante tomar-te pura.
Que venha o vinho,
que venha a vez:
Valei-me plenade insansatez.
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