sexta-feira, 29 de agosto de 2008

DOR QUE ARRANHA






Unhas cravadas. Ainda sinto um gosto de amor, se esvaindo.

Ainda pinto um resto de cor no retrato sem dó, que me olha atrevido.

Um gemido nem sempre é de dor, ou de prazer.

Gememos pra esquecer, que um dia fomos atingidos...

Corremos pra dormir o que sonhamos, distraídos.

Um dia só a cicatriz: a unha e o gosto de dor, passarão.


LuciAne

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