sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O AR DA TUA GRAÇA


Uma palavra no colo,
um ombro no papel.
Um céu derramando remédio.
Um tédio na vidraça, que logo
passa com o ar da tua graça.
Um não querer, que deseja.
Um verso que boceja teu sono de poeta.
O que alivia, é pensante.
O que desarruma, é pulsante.
Fazer o quê?
Se a palavra pula da boca,
e ainda sonolenta, rouca e insensata
alimenta-se do ar, da tua graça...

LuciAne